No âmbito da consulta pública promovida pela Federação Portuguesa de Futebol às suas propostas de regulamentos, normas e formatos de provas a entrar em vigor na época 2020-2021, entendeu a Associação de Futebol de Vila Real pronunciar-se e apresentar um conjunto de considerações e propostas que se consideram de crucial relevância para o desenvolvimento futuro das modalidades de futebol e futsal. As considerações, dúvidas e propostas vertidas em documento enviado hoje à FPF, surgem de uma minuciosa análise e reflexão promovidas pela Direção e Gabinete Técnico da AFVR junto de todos os Clubes seus filiados, podendo considerar-se as posições agora defendidas como uma visão ampla e concertada de todo o Futebol e Futsal do distrito de Vila Real.

 

De forma resumida, as posições defendidas pela AFVR e Clubes seus filiados no documento hoje enviado à FPF, são as seguintes:

 

1. De uma forma geral, AFVR e Clubes são favoráveis à criação de novos patamares competitivos nas várias modalidades e géneros, nomeadamente da III Liga (Futebol Masculino), da 3ª Divisão (Futsal Masculino) e da 2ª Divisão (Futsal Feminino);

 

2. Não obstante, não podemos concordar que se crie mais uma divisão e que se diminua, ou tenda a diminuir, a representatividade geográfica nas competições nacionais. A criação de mais um patamar competitivo deve permitir assegurar a competitividade das divisões nacionais mas, ao mesmo tempo, manter e, até, promover a representatividade geográfica;

 

3. É entendimento da Direção e Clubes da AFVR, que a Federação Portuguesa de Futebol deve promover nas suas provas nacionais a Igualdade, a Equidade e a Representatividade de todas as regiões do País e vemos os diversos planos de reestruturação apresentados, nomeadamente os do Futsal e Futebol Masculino, como altamente penalizadores para os distritos do Interior. Os Clubes de regiões como a nossa, já sentem diariamente os constrangimentos da interioridade, pelo que consideramos inaceitável que agora sejam os próprios regulamentos da FPF a criar ainda mais constrangimentos a provas ditas “Nacionais” e que, para o serem, têm que ter representatividade de todas as regiões do País;

 

4. Manifestamo-nos frontalmente contra a criação de outra forma de acesso a uma competição nacional, que não a subida direta dos campeões distritais, como se propõe a FPF a fazer com a criação da “Prova de Acesso ao Campeonato Nacional da 3ª Divisão” de Futsal Masculino. Para além de colocar em causa a Igualdade, a Equidade e a Representatividade geográfica nas provas nacionais, esta prova vai ainda promover uma desvalorização dos campeonatos distritais, nomeadamente em distritos em que ano após ano não haja equipas a conseguir apurar-se para a 3ª Divisão Nacional, podendo claramente levar à perda de Clubes e praticantes nas competições distritais;

 

5. Pelo mesmo princípio do ponto anterior, foi entendimento comum que, num futuro próximo, se tem que repensar muito seriamente as Taças Nacionais como acesso às competições nacionais de futsal de formação, através da sua substituição por Campeonatos Nacionais de 2ª Divisão em cada escalão, para os quais o campeão distrital de cada Associação Distrital e Regional (ADR) tenha acesso direto. Atualmente, em 48 equipas nos campeonatos nacionais de futsal de formação (iniciados, juvenis e juniores), apenas 3 Clubes são de ADR, ditas, do Interior. No campeonato nacional de futsal sénior feminino, em 2019-2020 apenas 1 Clube era de uma ADR do Interior, o nosso filiado Grupo Desportivo de Chaves, pelo que vemos com bons olhos a criação da 2ª Divisão Nacional de futsal feminino;

 

6. Relativamente às diferentes reestruturações apresentadas, vemos com enorme preocupação a forma drástica e abrupta como se pretende reduzir, num tão curto espaço de tempo, o número de equipas nas provas de Futsal e Futebol Masculino que, até pelo impacto da pandemia COVID-19 na atividade dos Clubes, vai provocar ainda mais instabilidade e incerteza nestes. Não podemos concordar, que estas reestruturações façam com que haja equipas a descer 2 patamares competitivos, como por exemplo da 2ª Divisão de Futsal Masculino para o Distrital, ou que haja um número tão grande de descidas ao distrital, como vai acontecer no Campeonato de Portugal e na 2ª Divisão de futsal, já esta época 2020-2021;

 

7. Assim, consideramos de extrema importância que a FPF considere que as reestruturações pensadas para as diferentes modalidades e géneros têm que ser feitas de uma forma mais harmoniosa e gradual para, assim, permitir aos Clubes uma adaptação mais tranquila e equilibrada e impedir que se agravem, até um ponto de não retorno, as assimetrias territoriais já bastante evidentes no nosso País.

 

Tendo por base os princípios acima expostos e o profícuo trabalho de análise e reflexão realizado com os Clubes filiados e com o Gabinete Técnico da AFVR, a Direção da AFVR apresentou um conjunto de considerações e propostas junto da FPF, com o objetivo de ajudar a promover, melhorar e tornar mais justos os diversos regulamentos, normas e formatos competitivos apresentados.

 

Consulte AQUI o documento completo.